Não tem como iniciar esse review de outra forma que não seja com um grande e longo suspiro de satisfação. Agora que o básico já foi estabelecido, vamos ao que realmente importa, visto que finalmente o Sonho se tornou realidade...
O que é?
The Sandman (TS), que inclusive no Brasil, o título não foi traduzido pela Netflix, é uma série de HQ’s (destinada ao público adulto) situada dentro do gigantesco Universo DC Comics, ou era essa a ideia original.
No início, ainda em janeiro de 1989, a obra escrita por Neil Gaiman foi lançada com pouquíssimas ligações com o mundo dos Super-Heróis, já sendo uma releitura de algumas Runs bem antigas para a época, onde o herói Sandman era um tipo de vigilante com máscara de gás que adormecia seus inimigos.
Durante suas 75 edições, The Sandman de Neil Gaiman deu ao público a chance de conhecer muito sobre a magia e o sobrenatural que permeia o macro universo da DC Comics. Tanto que, entre todas as entidades e personalidades presentes na obra, vemos alguns super-heróis e seres originários de outras mitologias e religiões. Mas o que realmente faz TS ser tão especial é simplesmente a relação entre os 7 Perpétuos (Sonho, Desejo, Desespero, Destruição, Delirium, Destino e Morte), que simplesmente influenciam direta e indiretamente tudo e todos.
Na montagem acima, podemos ver as caracterizações dos personagens Sonho (Dream), Desejo (Desire), Johanna Constantine e por fim, Morte (Death).
Mais de 25 anos após o término de TS, o autor teve tempo de mais que suficiente para rever, repensar e refinar tudo que apresentou ao público em sua aclamada obra no mundo das HQ’s, até então vista como irretocável (inclusive sendo caracterizada como Cult). Exatamente por isso, o próprio autor foi convidado para trabalhar diretamente na adaptação audiovisual de sua obra para o formato de uma série a ser lançada por meio de uma parceria Netflix/Warner, de forma que fique absolutamente claro o distanciamento entre o Universo de TS e o DCEU.
Info Técnica:
Diretor(es)
A Série tem 7 diretores que trabalharam juntos nesse grande projeto. São eles:
Jamie Childs, dirigiu 4 episódios;
Andrés Baiz, dirigiu 2 episódios;
Mairzee Almas, dirigiu 1 episódio;
Mike Barker, dirigiu 1 episódio;
Coralie Fargeat, dirigiu 1 episódio;
Louise Hooper, dirigiu 1 episódio;
Hisko Hulsing, dirigiu 1 episódio;
Roteiristas
A Série conta com mais de 10 roteiristas, incluindo o próprio Neil Gaiman, autor original da obra, que atuou em todos os episódios.
Para mais informações a respeito desses profissionais, acesse o link do IMDB que será disponibilizado mais abaixo.
Elenco
Como se trata de uma série com diversos personagens marcantes e importantes, a lista de seu elenco é bem diversa e longa. Mas é claro que não deixaremos de ressaltar aqueles que consideramos aparecer mais tempo em tela:
Tom Sturridge como Dream;
Boyd Holbrook como The Corinthian;
Patton Oswalt dando voz ao corvo Mathew;
Vivienne Acheampong como a bibliotecária Lucienne;
Vanesu Samunyai como Rose Walker;
Razane Jammal como Lyta Hall;
Para mais informações a respeito dos outros atores, acesse o link do IMDB que será disponibilizado mais abaixo.
Enredo Base
Tudo começa há muito tempo, quando um certo autoproclamado Magus (vivido por ninguém menos que o incrível Charles Dance) decide realizar um ritual para capturar a própria Morte, dobrá-la à sua vontade e usar seus poderes para obter a entre outras coisas, sua própria imortalidade.
Mas é claro que alguma coisa dá errado durante o ritual “aqui na escuridão”, fazendo com que o Sonho dos Perpétuos seja apanhado no lugar de sua irmã, a Morte. Isso faz com que ele fique preso e incomunicável por quase 100 anos - esse período não condiz com o que ocorre na obra original, mas casa bem para a adaptação.
Quando um “acidente” permite que o Rei dos Sonhos escape de sua prisão arcana no Mundo Desperto, a primeira coisa que ele faz é retornar para seu reino. Além de ter conseguido escapar, Sonho está fraco e precisa recuperar suas ferramentas ancestrais a fim de reaver seu poder - isso também fica muito claro ao espectador, se tornando a missão principal.
Veredito (sem spoilers)
Apesar da opinião sobre a série ter ficado clara já no início do review, é preciso esclarecer algumas coisas importantes que tem tirado o sono de muita gente nos dias de hoje.
The Sandman (TS) é uma série adaptada à estrutura padrão de um dos maiores serviços de streaming do mundo. Logo, muitas coisas precisam ser ajustadas e alteradas para se encaixar da melhor forma possível a seu meio de exibição e é claro, à diversidade de público. Assim, deixamos um conforto no coração a todos que ainda estão receosos em aceitar as alterações realizadas em diversas produções e adaptações (incluindo as da Netflix) originárias de HQ’s, Games e Magas, dizendo para que não temam!
Todas as alterações pontuais realizadas pela Netflix na obra de Neil Gaiman foram escritas e endossadas pelo próprio autor, que participou ativamente na roteirização de absolutamente todos os episódios. Então, apesar das mudanças e algumas ausências de personagens ou crossovers (vetados pela Warner) os fãs de TS podem assistir à série sem nenhum medo de se decepcionar!
Agora vamos ao veredito propriamente dito: Já não é de hoje que a Netflix tem realizado projetos de adaptação de obras amadas pelo mundo Geek/Nerd. Por outro lado, não é de hoje que a Warner tem se sabotado cada vez mais quando tenta entregar suas adaptações, ainda mais quando se trata de qualquer coisa relacionada à DC Comics. Porém DESSA VEZ, a parceria entregou simplesmente 10 belos e “graçasadeusmente” longos episódios de mais ou menos 45 minutos finamente trabalhados, sonorizados e ambientados com trilhas tão apropriadas que você quase pode sentir a magia. Não chega nem a ser exagero dizer que tudo foi pensado para levar o público mais propenso a altos níveis de imersão a lugares incríveis, como O Sonhar ou mesmo o próprio Inferno, onde temos um Lúcifer Estrela da Manhã dignamente interpretado pela incrível Gwendoline Christie (a insubstituível e imbatível Lady Brienne de Tarth).
A trama foi apresentada de maneira suave, mostrando todo o cuidado com a escrita de Gaiman, visando ligar todos os personagens de forma a deixar poucas ou nenhuma ponta solta dentro de uma narrativa coesa onde praticamente nada é por acaso.
Sendo assim, acreditamos que a série The Sandman...
Observação Importante: A adaptação de The Sandman ficou tão boa que figura tranquilamente no topo das séries originárias de HQ’s como a melhor já entregue até hoje por qualquer serviço de TV, Cinema e Streaming. Sendo assim, faça um favor a si mesmo e assista!
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