Depois de muitas polêmicas sobre o desempenho do game em algumas plataformas, o tempo passou e o título Cyberpunk 2077 retornou aos assuntos mais comentados pela internet. No caso, não envolvendo diretamente o jogo, mas o anime Edgerunners ou Mercenários, como ficou conhecido aqui no Brasil.
A Netflix, também conhecida como “Gigante do Streaming”, investiu pesado em mais uma produção original, sucesso de audiência e se tornou diretamente responsável por reacender a paixão (e as vendas) de Cyberpunk 2077, que após tanto tempo desde seu lançamento, já recebeu diversas atualizações e correções que melhoraram muito o jogo.
Mas apesar do título em comum, não é para falar do jogo que estamos aqui. Então que venham os Mercenários e seus implantes…
Trailer do anime:
Ajude o Fliperama de Verdade a crescer comprando em nosso link na Amazon o Cyberpunk 2077!
Mas o que é Cyberpunk: Edgerunners?
Antes de continuar nosso Review, precisamos responder à seguinte pergunta:
“Preciso jogar Cyberpunk 2077 para assistir e entender o anime?”
A resposta é simples e objetiva: Não!
Mas se você jogou ou está jogando, vai perceber diversas conexões com o game e situações direta e indiretamente amarradas ao lore do jogo.
Lançada em 13 de setembro de 2022, a animação possui 10 episódios disponíveis na plataforma. Os desenvolvedores do anime se preocuparam em nos presentear com um mundo brilhante e vívido, mas melancólico e deprimente, onde a vida das pessoas vale tanto quanto seus implantes e dependendo do tipo ou origem, a Humanidade enquanto sentimento se torna a única amarra de um ser humano ao mundo orgânico.
Resumindo: Uma adaptação que não foi simples de fazer (do jeito certo). O estilo de arte está profundamente ligado à estética cyberpunk, estabelecida durante a década de 1980, revolucionando a ficção científica como se conhecia. Os 2 pioneiros do movimento cyberpunk são:
William Gibson, autor da trilogia do Sprawl, do qual faz parte o famoso Neuromancer.
Bruce Sterling, autor da série de histórias Mechanist/Shaper, cuja maior realização é nada menos que a gigantesca obra Schismatrix.
Mas voltando à animação, desde o começo, os desenvolvedores deixaram clara a ambientação do cenário, dominado pelo capitalismo sem fronteiras, o acesso e a assimilação biotecnológica bem como suas consequências, mostradas por meio de uma relação direta com os créditos (como o dinheiro passou a ser chamado nesse futuro distópico).
Os Edgerunners ou Mercenários, são apresentados como uma gangue composta por pessoas que optaram fugir da lei para obter acesso ao mundo biotecnológico avançado, ascendendo drasticamente na escalada do poder do submundo em que vivem. No entanto, essa decisão de aprimoramento tecnológico ou adesão a esse estilo de vida impacta em sua moral (em relação aos não aprimorados). Mas ainda assim, o roteiro deixa claro que, à medida que o espectador é apresentado às “novas camadas” das figuras proeminentes e autoridade de Night City, a ideia de linha que separa o bem e o mau fica se transforma num borrão cinza muito difícil (ou quase impossível) de se distinguir o joio do trigo.
Informação Técnica
Diretor
A Série é dirigida por Hiroyuki Imaishi que tem em seu currículo algumas atrações como:
Além de certamente, algumas outras animações não tão famosas assim.
Elenco
Sobre o elenco de vozes de Cyberpunk: Edgerunners, deixamos abaixo uma relação bem completa para você saber quem é quem. Mesmo assim, caso tenha interesse em saber mais sobre o trabalho de algum desses dubladores, acesse o site IMDB (link no banner abaixo) e procure pelo nome da voz que te interessou mais.
Nome do Personagem | Dublador Japonês | Dublador Brasileiro |
---|---|---|
David Martinez | KENN | Eduardo Drummond |
Lucy | Aoi Yūki | Jennifer Gouveia |
Maine | Hiroki Tōchi | Guilherme Lopes |
Dorio | Michiko Kaiden | Isabela Quadros |
Kiwi | Takako Honda | Carina Eiras |
Rebecca | Tomoyo Kurosawa | Bruna Laynes |
Pilar | Wataru Takagi | Mauro Horta |
Falco | Yasuyuki Kase | Ricardo Juarez |
Faraday | Kazuhiko Inoue | Malta Júnior |
Medicânico | Kenjirō Tsuda | Duda Espinoza |
Kate | Tomoko Shiota | Márcia Morelli |
Douglas | Hiroshi Yanaka | Sérgio Moreno |
Tanaka | Tetsuo Komura | Eduardo Dascar |
Katsuo Tanaka | Kaito Ishikawa | Alexandre Drummond |
Diretor da Academia Arasaka | Hidenari Ugaki | Alexandre Maguolo |
Professora IA | Atsuko Sakuraoka | Vic Brow |
Enredo
A história de Cyberpunk: Edgerunners é extremamente simples em essência. Resumindo-se à curta vida de um adolescente chamado David Martinez, apresentado como um típico adolescente que sofre bullying, é um fracasso na academia Arasaka (uma renomada instituição de ensino pertencente à corporação Arasaka, uma das gigantes do mundo), que sua mãe se esforça muito para conseguir pagar e ele é (até certo ponto) incapaz de realizar seus desejos e sonhos de sucesso neste ambiente corporativamente hostil.
Quando sua mãe morre num acidente de carro causado por um tiroteio (não sendo atendida pelo serviço de saúde, mesmo trabalhando num deles), David se encontra abandonado à própria sorte, mergulhando cada vez mais fundo no submundo de Night City, se envolvendo com todo tipo de crime e tecnologia, vivenciando uma ascensão meteórica e uma queda catastrófica - uma vida tão breve e brilhante quanto a de uma cabeça de fósforo…
Veredito
O anime fala constantemente sobre as relações de amizade, envolvendo todo tipo de situação em que essa característica tipicamente humana pode ser aplicada/usada como: Luto, crime, aprimoramento, superação, amor, paixão, desejo agonia, dor e todas as demais relações que qualquer ser humano tenha com o mundo à sua volta (seja cyberpunk ou não).
Fora isso, traz sempre a questão filosófica por trás dos aprimoramentos tecnológicos. Onde o espectador é apresentado à máxima: Quanto mais tecnologia e poder, mais retraído e involuído socialmente a pessoa se torna.
Ao assistir a animação, todo fã do gênero pode perceber (quase imediatamente) tudo aquilo que o empolgou originalmente quanto ao jogo da CDPR, atualmente disponível para as plataformas XBox, Playstation e PC. O anime tem a capacidade de trazer novos fãs e curiosos sobre o que é cyberpunk, sobre o estilo de jogo com fortes raízes de RPG com muita interação (com personagens) e uma história riquíssima para se descobrir.
Resumindo, para nós do Fliperama de Verdade, se os dois meios (anime e game) puderem continuar trabalhando juntos nesse nível de integração, a indústria do entretenimento pode realmente se transformar numa grande e contínua experiência cultural.
Antes de finalizar, vale um comentário importante de que o mundo do streaming (em particular da Netflix) iniciou essa “integração muito bem sucedida” para os assinantes por meio da, muito bem recebida série Arcane, que passa no universo do game League of Legends (Acessem o nosso Review). Agora voltando ao anime Cyberpunk: Edgerunners, essa atração da Netflix é uma experiência única para se conhecer o estilo cyberpunk, um deleite para fãs e entusiastas, um complemento ou DLC para os jogadores do game e por fim, uma atração imperdível para qualquer um que goste de ficção científica ou interessando em questões filosóficas sobre a relação entre capitalismo, corporações, moral e alta tecnologia.
Por isso, acreditamos que Cyberpunk: Edgerunners figura entre as melhores produções originais da Netflix concordamos que
Gostou dessa matéria e quer mais? Continue acompanhando o Fliperama de Verdade no site e nas nossas redes sociais.
Para os interessados de plantão, a Equipe Fliperama de Verdade e convidados, gravamos um podcast sobre outra animação que está fazendo muitos fãs ficarem extasiados com uma produção de alta qualidade. Estamos falando de Castlevania produzido pelo Netflix:
Comments