Review Devil May Cry (Spoiler)
- Fliperama de Verdade
- 21 de abr.
- 9 min de leitura
Atualizado: 30 de abr.
Devil May Cry: Um Show Estiloso que Falha em Capturar o Caos Demoníaco
Bem-vindos, caçadores de demônios e aficionados por cultura geek! Aqui é a Equipe Fliperama de Verdade, e hoje vamos cortar fundo na série animada Devil May Cry da Netflix, lançada em 3 de abril de 2025. Baseada na franquia lendária da Capcom, essa adaptação prometia trazer Dante, o matador de demônios mais pocas ideias dos games, para as telas com o mesmo impacto dos jogos. Mas será que ela entrega a ação frenética e o charme punk-gótico que fizeram Devil May Cry um ícone? Considerando o material original e as reações dos fãs, preparamos uma análise afiada, cheia de referências para você. Então, bora dissecar o que funcionou e o que foi direto pro inferno, beleza? Pega aí seu DualShock e vem com a gente!
Trailer da série animada:
Os Jogos vs. A Série: Caos Controlado vs. Narrativa Deslocada
Se é parte daquela galera que passou os anos 2000 com um controle de PS2 na mão, Devil May Cry não é só um jogo – é um marco. Desde 2001, a Capcom redefiniu o gênero hack-and-slash com combates estilizados, trilhas de heavy metal e o carisma inabalável de Dante, o meio-demônio que enfrenta legiões infernais com um sarcasmo cretino e tão afiado quanto sua espada. Para essa galera, Devil May Cry 3, trouxe cutscenes dignas de um anime de ação e Devil May Cry 5, trouxe combos que fazem o jogador se sentir o John Wick dos caçadores de demônios. Basicamente, essa franquia é a essência do caos (controlado), misturando horror gótico com uma atitude que grita “foda-se o sistema”.

A série da Netflix, com seus oito episódios, até que tentou capturar essa vibe, mas (para variar) escolheu o caminho fácil! Algo que parece mais um desvio narrativo do que uma estrada fiel.
Produzida por Adi Shankar (Castlevania) e escrita por Alex Larsen, a animação pega emprestado dos jogos, mangás e até fanfics obscuras, criando uma história que tenta ser nova, mas acaba se perdendo em diversos momentos.
O roteiro simples é ok! Bem de acordo com o padrão DMC, já que faz Dante enfrentar um vilão misterioso que ameaça abrir os portões do inferno. Porém, trazendo Vergil e Lady como coadjuvantes (eis o começo do problema). Somando isso a uma adaptação onde, acredite se quiser, o foco está menos na ação desenfreada e mais numa narrativa que reinterpreta os personagens de forma... digamos, bem questionável.
A ponto central? Enquanto os jogos são uma montanha-russa de adrenalina, a série da Netflix parece querer que você veja Dante como um palhaço arrogante (às vezes mais burro que uma porta), Lady como uma heroína que carrega o mundo nas costas, os demônios como vítimas inocentes refugiadas do inferno e até humanos defensores da fé como vilões rasos, cheios de contradições (novo padrão Netflix de roteiro).
Sem dar muito mais spoilers do que isso, essa mudança de perspectiva tenta subverter o que Devil May Cry sempre foi: um festival de destruição onde demônios são puro ódio e violência, não criaturas para “entender” ou “simpatizar”. Fãs que esperavam a energia de Devil May Cry 3 – com Dante surfando em mísseis ou trocando provocações com Vergil – vão achar o ritmo da série como um todo bem mais lento que o aceitável, se fizéssemos uma comparação grosseira com games da atualidade, seria quase como jogar Dark Souls esperando a ação de Bayonetta.
E o tão falado episódio 6, elogiado pela crítica? Sim, é visualmente deslumbrante, com uma sequência que poderia estar facilmente numa grande obra do Studio Ghibli. Mas, para Devil May Cry, é absurdamente deslocado. Onde está a essência de fatiar demônios quando se tenta (sem motivo algum) relativizar o inferno? Nos jogos, demônios existem para sangrar ou explodir, não para serem salvos. É como pedir um Mad Max e receber um drama filosófico sobre combustíveis fósseis – bonito, mas fora de lugar.
Detalhes Técnicos: Onde o Estilo Ainda Brilha
A série não é um fracasso técnico – longe disso. O Studio Mir, um titã da animação, entrega um trabalho visual sólido, com cenas de ação que lembram os combos insanos dos jogos.
Para quem estava vivendo em outro planeta, o Studio Mir ficou famoso por conceber produções fantásticas (tecnicamente falando) como:
The Legend of Korra (Nickelodeon)
Guardians of the Galaxy e X-Men ’97 (Disney)
My Adventures with Superman (Adult Swim)
Young Justice: Phantoms e Harley Quinn (MAX)
Skull Island, Dota: Dragon’s Blood, Voltron: Legendary Defender, The Witcher: Nightmare of the Wolf e The Witcher: Sirens of the Deep (Netflix)
Dito isso acima, vamos ao que o estúdio entrega – visualmente falando, certo? Pois bem... O Studio Mir cria demônios detalhados e coreografias fluidas, mas a estética é (bem) mais polida do que o visual sujo e gótico dos jogos, como se trocassem o filtro de Silent Hill por algo mais próximo de Avatar – A Lenda de Aang. Não é de tirar o fôlego como as obras-primas da Madhouse (Vampire Hunter D: Bloodlust, Helsing Ultimate ou mesmo One Puch Man), mas cumpre o prometido.
Quanto à dublagem, nem precisamos falar muito. Esse ponto foi de longe um acerto nostálgico associado à trilha sonora que evoca a essência dos anos 2000 com perfeição. Abaixo você pode ver alguns dos destaques técnicos:
Aspecto Técnico | Detalhes |
Estúdio | Studio Mir (Coreia do Sul), renomado por The Legend of Korra, X-Men ’97, Dota: Dragon’s Blood e mais. |
Dublagem | Johnny Yong Bosch (Dante), Robbie Daymond (Vergil), Kevin Conroy (VP Baines, em seu último papel), Fryda Wolff, Ray Chase. |
Trilha Sonora | Abertura com “Rollin’” (Limp Bizkit), música original da Evanescence no episódio 6. |
Duração | 8 episódios, 21–32 minutos cada, total de 3 horas e 52 minutos. |
Quer mais detalhes técnicos? Clica no banner do IMDB aí abaixo para ter mais informações sobre a produção!
Recepção Crítica e do Público: Elogios com muitos asteriscos (*)
A crítica abraçou a série, mas os fãs dos jogos não estão tão convencidos. Aqui está o panorama:
Rotten Tomatoes: 96% de aprovação (25 resenhas, média 7.9/10). Consenso: “Honrando o estilo bombástico do material original, Devil May Cry corta e fatiada seu caminho no meio animado e deixa uma primeira impressão memorável.”
Metacritic: 77/100, críticas “geralmente favoráveis”.
Críticos Notáveis:
Aidan Kelley (Collider): 9/10, “uma das melhores séries animadas de 2025”.
Daniel Kurland (Bloody Disgusting): 4/5, elogiando as sequências de ação.
A renovação para uma segunda temporada, foi anunciada em 10 de abril de 2025, sugere que a animação alcançou um sucesso comercial mínimo, mas os fãs dos jogos provavelmente estão divididos (e certamente contrariados). Em fóruns como Reddit, muitos temem que a série repita os erros do reboot DmC: Devil May Cry (2013), com mudanças que diluem o cânone. A maior crítica? Alterações em personagens como Lady, agora uma máquina de palavrões que parece ofuscar Dante, e temas que desviam do espírito anárquico dos jogos.
A Questão da Modernização: Um Desvio Narrativo 100% esperado
A Netflix tem um histórico de adaptar obras amadas – de The Witcher a Cowboy Bebop – com uma abordagem que, para muitos fãs, descaracteriza o material original. Devil May Cry não escapa dessa tendência. A série introduz enredos que tocam em críticas sociais e políticas, como questionamentos ao poder e representações que parecem forçadas. Lady, por exemplo, é transformada em uma figura central, quase eclipsando Dante, com uma atitude que mais lembra Tomb Raider do que a parceira durona dos jogos.

Caso você não tenha pescado, se liga no tanto de “desvios”. Cerca de 40% do conteúdo reflete essas mudanças que visam enfiar o “novo normal” goela abaixo. Mas diferente de outras produções (Dragon Age: Absolvição, por exemplo), dessa vez, o roteiro está usando de sutilezas entrelaçadas na narrativa em vez de jogar frases de efeitos e uma porrada de siglas na cara do espectador.
Fãs (de DMC) no Reddit apontam o dedo para essas alterações, comparando-as a momentos em He-Man ou The Witcher onde a Netflix pareceu mais interessada em “atualizar” do que em respeitar. Um usuário lamentou que Lady “parece a protagonista, enquanto Dante é um coadjuvante cômico”, e outro questionou se o inferno agora é “um lugar para salvar, não destruir”. Essas mudanças não são o foco total, mas para quem cresceu com os jogos da franquia, é como ver Conan, o Bárbaro reescrito como um pacifista discípulo de Mahatma Gandhi.
A Equipe Fliperama de Verdade deixa claro: não temos nada contra diversidade, inclusão ou qualquer grupo. Nosso foco é a fidelidade às obras que amamos, e Devil May Cry parece mais um caso onde a Netflix tenta moldar uma franquia para um público que não é o núcleo geek e nerd que conhece e consome a franquia DMC há décadas. Não estamos aqui para política ou militância – apenas queremos um Dante que fatie demônios sem parecer um palhaço circense!
Veredito do Fliperama de Verdade: Um Show que Não É Devil May Cry
Devil May Cry da Netflix é uma série visualmente impressionante, com dublagem de primeira e uma trilha sonora que nos leva de volta aos dias de Tony Hawk’s Pro Skater. O Studio Mir entrega uma animação sólida, mas não ao nível das obras-primas de sua concorrência. O problema não é só o ritmo lento ou as mudanças em personagens – é que algo está fundamentalmente errado. Devil May Cry não é sobre salvar demônios, empoderar coadjuvantes ou subverter o inferno. É sobre destruir agentes do mal com espadas, pistolas e um sarcasmo afiado. A série tenta reescrever isso, e o resultado é uma produção que, para fãs (incluindo a gente), parece tão deslocada quanto Resident Evil da Netflix.
Ainda não se convenceu? Então compare DMC a outras adaptações como, Castlevania que teve uma liberdade criativa ímpar, acertos incríveis e uma entrega que (no final) compensou seus (vários) tropeços. Dragon Age: Absolvição, por outro lado, é um exemplo perfeito de como não adaptar uma franquia: que apesar de ser visualmente bela, é totalmente esquecível assim que acaba. Devil May Cry fica no meio, mas se você comparar com Bastard!! (também da Netflix), onde o protagonista Dark Schneider tem a energia caótica que Dante deveria ter, a série parece uma traição aos fãs raiz.

Depois de tudo isso, depois dessa surra de chicote que demos em DMC, ainda assim, recomendamos que você assista a série! Por que isso? É muito simples.
Se você não conhece os jogos e não viveu a experiência DMC, a série é divertida, com ação decente e momentos que funcionam (para a mídia de série animada). Além disso, se você ainda é assinante da Netflix, certamente já está acostumado ao “novo normal” dos roteiros adaptados, onde o original é moldado para algo que nem sempre sintoniza com os fãs. Para os veteranos de Devil May Cry, é quase impossível não sentir falta do Dante que enfrentava Mundus (que ainda não apareceu) com uma guitarra elétrica imaginária. A Equipe Fliperama de Verdade ainda sonha com o dia em que uma adaptação realmente honre o coração geek e nerd de uma franquia como essa (somos brasileiros e não desistimos nunca).
Não é só pelas mudanças narrativas ou pela modernização forçada. Como já dissemos, a série falha em entregar a ação frenética que define Devil May Cry, apresenta um Dante que é uma sombra do original, eleva Lady a uma coprotagonista que ofusca o herói e tenta subverter o conceito de inferno e demônios. Ser visualmente linda não basta quando o material original é tão descaracterizado (cansando o espectador com essa falta de respeito ao material base). Assista, tire suas conclusões, mas não espere a alma dos jogos. Pegue seu PS2 e revisite Devil May Cry 3 se quiser ver o verdadeiro Dante em ação.
Então, é por isso que, para nós, Devil May Cry da Netflix...

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