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Review Arcane 1ª e 2ª Temporada (Spoiler)

Foto do escritor: Fliperama de VerdadeFliperama de Verdade
Arcane Jinx na Ponte

Arcane, uma obra em meio a vários fracassos!

Ainda em 2021, após sermos expostos ao turbilhão de cores, formas, referências, música, sons e roteiro impecável — tudo cuidadosamente mixado em doses caóticas de satisfação e espanto —, fomos bombardeados pela qualidade que os profissionais do estúdio Fortiche Production foram capazes de entregar na forma de uma série: Arcane (Veja o nosso Review da 1ª Temporada).



Simplesmente uma experiência arrebatadora, que logo se provou merecedora dos prêmios que recebeu (e sim, avisamos mais de uma vez que a série era boa demais). Inclusive, toda essa certeza se viu reforçada pouco mais de um ano depois, quando os holofotes da mídia continuaram voltados para a série premiando sua trilha sonora e em especial, sua música tema: Enemy.


Mas então, assim como tudo que é bom, Arcane também chegou ao fim. E com isso, milhares de fãs ficaram órfãos de "mais Arcane", assim como de tudo o que a obra evocava em seus espectadores por meio de seu visual deslumbrante, sua narrativa visceral e sua construção (e apresentação) de mundo fascinante.


Por um certo tempo, a internet foi tomada por um vazio inquietante, preenchido apenas por rumores e qualquer migalha de informação sobre sua possível e muito esperada continuação. Então, começaram a circular informações de que a produção da primeira temporada da série levou seis anos para ser concluída e, felizmente, não precisaríamos esperar tanto pela próxima temporada...


Nesse meio tempo, algums produções muito boas (inclusive algumas delas avaliadas aqui no Fliperama de Verdade, tais como: Samurai de Olhos Azuis) se degladiavam entre as opiniões dos fãs para saber quem herdaria o título de "o novo Arcane".


O conforto providenciado por essas outras obras foi bom, mas (estranhamente) felizmente, de curta duração, já que os fãs de Arcane nutriam uma fagulha de esperança, de uma segunda temporada que já estava no forno já há algum tempo.


Anos depois, de repente a internet é surpreendida pelo primeiro teaser-trailer da segunda temporada!


Era evidente que, aquilo que todos os fãs aguardaram por tanto tempo já estava a caminho (e o mais importante, é que estava mais perto do que longe). As imagens encontradas nas matérias de sites especializados entregavam a essência de Arcane. O estilo visual impactante, a intensidade emocional e o caos latente de Runeterra. No entanto, algo parecia diferente. Talvez fosse o fato de que o material ainda não transmitia a mesma sensação de lapidação extrema que vimos na primeira temporada — afinal, seis anos de produção fazem uma diferença brutal em qualquer produção audiovisual. Mesmo assim, para nós fãs, aquilo era Arcane, e isso bastava.


Sabemos que é estranho, mas comparativamente, assim como os habitantes de Zaun se tornam viciados em Cintila, os fãs (de verdade) se agarraram a essas amostras, alimentando suas expectativas para tudo aquilo que estava por vir.


Arcane composto

Com o passar do tempo, recebemos mais notícias: postagens, imagens exclusivas, entrevistas e novos trailers. O volume de informações era tão intenso que não era preciso ser um profundo conhecedor de League of Legends ou das crônicas do universo de Runeterra para prever o tom da segunda temporada. Porém, como fãs, somos contraditórios por natureza: Ansiamos por algo familiar, mas ao mesmo tempo desejamos ser surpreendidos pelo inesperado...


Finalmente, o grande dia chegou. Em 9 de novembro de 2024, um sábado que já entrou para a história das séries, era chegada a data de estreia da segunda (e última) temporada de Arcane, que estava sendo lançada na NETFLIX, alavancando sua audiência num nível há muito desejado pela gigante do streaming.


A curiosidade inicial rapidamente deu lugar à expectativa, que se transformou em uma mistura de satisfação, alegria e uma estranha sensação de vazio. Havia um amargo toque de decepção, mas, mesmo assim, a série estava lá — era Arcane, mas com uma energia diferente daquela que conhecíamos. Ainda assim, seguia o curso traçado pela primeira temporada, entregando o que havia sido prometido...


Um breve aviso

Se você chegou até aqui, prepare-se para um review apaixonado e completamente parcial, vindo de uma equipe que é fã assumida de Arcane. Mas, atenção! Isso não significa em hipótese alguma que, você só encontrará elogios ou rasgação de seda. Então, sente-se confortavelmente, pegue uma pipoca e embarque nessa análise conosco.

Porque a segunda temporada de Arcane está, definitivamente, Jinxed.


Liga da Contextualização

Se por acaso você é uma daquelas pessoas que esteve vivendo no mundo da lua ou em outra dimensão, ou que simplesmente ainda não tenha assistido à primeira temporada da série — o que, por si só, já é considerado um sacrilégio entre os fãs —, saiba que começaremos este REVIEW de Arcane explicando um pouco sobre o contexto geral das coisas.


Dessa forma, é fundamental esclarecer logo de cara: Arcane é uma produção audiovisual derivada de um dos maiores fenômenos do mundo dos games, o jogo League of Legends - LOL. Esse título, lançado pela Riot Games, não apenas é um sucesso absoluto de público, crítica e vendas como também se tornou uma referência cultural no universo dos jogos online.


Além disso, caso seja do seu interesse saber, a empresa Riot também é responsável por outro grande sucesso do mundo dos games: Valorant, mas essa é uma conversa para outro momento.



A Relação Entre LOL e Arcane

Um ponto interessante que vale a pena mencionar sobre a relação entre Arcane e o lore oficial de League of Legends é: Não há uma posição definitiva da Riot Games sobre o assunto. Então, não é certo ou errado assumir que tudo o que acontece na série é canônico para o universo do jogo, ou mesmo se os episódios fazem parte de uma linha do tempo (ou dimensão) alternativa. No entanto, seria incrível se o estúdio batesse o martelo sobre esse ponto, mas esse tipo de discussão exige uma abstração que poderíamos deixar para uma conversa dedicada exclusivamente a isso.


De qualquer forma, o que fica claro ao assistir a Arcane é:

A série consegue ser independente do jogo ao mesmo tempo em que desempenha o papel de uma belíssimo convite à exploração e experimentação de diversas aventuras em Runeterra, o vasto e rico mundo de LOL - e é justamente sobre ESSA diversidade papeis e tudo o que compõe cada um deles que precisamos falar.


O Universo de Runeterra e Seus Campeões

O universo de League of Legends vai muito além das cidades de Piltover e Zaun, que servem de palco para os eventos das duas temporadas de Arcane. A Riot criou um mundo repleto de regiões, culturas e personagens únicos, conhecidos como Campeões (em relação à série, esses campeões são justamente os personagens principais), cada um com histórias profundas e distintas das que vimos na série até agora. Um bom exemplo disso é a própria Ambessa Medarda, um nome de peso na série, que além de se revelar como a mãe de Mel Medarda, também se apresenta na qualidade de antagonista e introduz aos espectadores o nome de sua terra natal: Noxus, que se trata de uma poderosa nação bélica e implacável, governada com punho de ferro pelo Imperador Jericho Swain.


Mapa de Runeterra

Essa diversidade cultural não apenas enriquece o mundo de LOL como também evidencia que há muitas outras histórias a serem contadas em muitos outros locais, como Noxus, por exemplo...


Mark Merril, cofundador da Riot Games, já afirmou que Arcane foi planejada para ter "apenas" duas temporadas. Mas isso não significava de forma alguma que o universo de Runeterra ficaria limitado "apenas" a Piltover e Zaun — muito pelo contrário! Há uma abundância de narrativas esperando para ganhar vida em produções futuras.

Então, como fãs que somos, já deixamos a dica: Oremos!

Depois de toda essa carga de informação, é importante ressaltar que o review do Fliperama de Verdade não tem a intenção de fazer um comparativo entre a série e o jogo. Mas sim, manter o foco exclusivo nas duas temporadas dessa produção audiovisual que a Fortiche Production entregou com maestria ímpar - Sendo aclamada internet afora como uma das mais belas animações já feitas, dona de uma qualidade técnica e artística que eleva muito o "nível padrão" de séries baseadas em videogames.


A Arte de Arcane: Uma Fusão Entre o Tradicional e o Futurista

Se existe algo que faz de Arcane um marco no universo das animações, é a forma como a série combina diferentes técnicas artísticas para criar um espetáculo visual único. Cada frame de Arcane parece ter sido cuidadosamente projetado para evocar uma resposta emocional no espectador, com uma estética que mistura o melhor do 2D, 3D e da pintura tradicional, além de influências claras de estilos como Art Nouveau e Art Déco. a composição da série é um verdadeiro presente para os olhos — mas, acima de tudo, é a prova cabal de que o o mundo ainda tem espaço para obras virtusamente técnicas e artísticas.


Arcane Animação

A Combinação entre 2D, 3D e Quadros Pintados à Mão

A Fortiche Production, o estúdio responsável por dar vida a Arcane, utilizou uma abordagem híbrida, onde animação 2D e 3D se entrelaçam de maneira impecável.

Mas qual é o propósito dessa combinação?


  • Animação 3D:

    A base de Arcane é, predominantemente, construída em 3D. Essa técnica é usada para criar profundidade, realismo e fluidez nos movimentos, especialmente em cenas de ação ou em tomadas amplas que exploram a vastidão das cidades de Piltover e Zaun. É no 3D que os personagens ganham volume e vida, permitindo expressões faciais detalhadas e interações dinâmicas com o ambiente.

  • Animação 2D e Quadros Pintados à Mão:

    Aqui entra a mágica. Sobre a base tridimensional, elementos em 2D e texturas pintadas à mão são cuidadosamente aplicados para criar um efeito pictórico, como se cada frame fosse uma pintura em movimento. Essa escolha técnica adiciona uma camada de artesanato à série, garantindo que as cenas não pareçam excessivamente digitais. Esse toque de handcraft é mais perceptível nas expressões artísticas de momentos emotivos, como a dor introspectiva de Jinx ou os conflitos de Vi.

  • Destaque Visual:

    Um exemplo claro dessa fusão é a cena do duelo entre Vi e Sevika na segunda temporada. O 3D traz a energia dos movimentos, enquanto o 2D realça os traços de impacto, como os respingos de sangue e a iluminação que emoldura os personagens, quase como pinceladas de um quadro renascentista.


Art Nouveau e Art Déco: A Linguagem Visual de Runeterra

Agora, mergulhemos nos estilos artísticos que tornam Piltover e Zaun tão únicos. Ambos os movimentos artísticos — Art Nouveau e Art Déco — foram usados de forma simbólica para refletir a dualidade dos dois cenários principais da série.


  • Art Nouveau (Piltover)

    O Art Nouveau, com suas curvas elegantes, linhas orgânicas e temas inspirados na natureza, domina o cenário de Piltover. A arquitetura da cidade é cheia de detalhes refinados e simetria fluida, evocando uma atmosfera de progresso e sofisticação. Esse estilo é uma escolha perfeita para simbolizar a ambição científica e a busca por perfeição dos cidadãos de Piltover.

  • Onde Perceber:

    Observe os interiores do laboratório de Jayce e os salões do Conselho de Piltover. As molduras douradas, os vitrais decorados e os arabescos nos designs das portas e janelas capturam a essência do Art Nouveau. Até mesmo a tecnologia hextec carrega essa inspiração, com seus formatos delicados e detalhados.

  • Art Déco (Zaun)

    Enquanto isso, o Art Déco, com suas linhas geométricas, formas industriais e estética funcional, domina Zaun. Esse estilo traduz perfeitamente o espírito prático e resiliente da cidade subterrânea, onde a sobrevivência é mais importante do que a beleza. Os designs robustos e angulares de Zaun refletem a luta de sua população, criando um contraste direto com a elegância de Piltover.

  • Onde Perceber:

    As fábricas de Zaun são o melhor exemplo de Art Déco em Arcane. As linhas rígidas e os detalhes metálicos enfatizam a industrialização e o peso das máquinas. Até os detalhes das armas e equipamentos usados por personagens como Silco ou os Chembarons carregam traços desse estilo.


O Contraste Entre Arte e Narrativa

A escolha desses estilos não é meramente estética; é narrativa. Piltover, com sua opulência e refinamento, representa o progresso e o privilégio — mas também a rigidez de uma elite que exclui o resto do mundo. Zaun, com sua estética Art Déco industrial e opressiva, encapsula a luta, a resistência e a desesperança de seus habitantes.


Essa dicotomia também é visível nos personagens:

Jayce - com seu figurino refinado e personalidade idealista, é um reflexo direto de Piltover e do Art Nouveau.
Jinx - com sua energia caótica e gadgets improvisados, representa a alma de Zaun — bruta, quebrada e pragmática, muito mais próxima do Art Déco.

Em Arcane, cada decisão técnica, desde as pinceladas artesanais até a escolha dos estilos arquitetônicos, serve a um propósito maior: contar a história de um mundo dividido por poder, ambição e tragédia. Essa combinação de técnicas artísticas e estilísticas não apenas diferencia a série de outras animações como também solidifica seu lugar como uma obra-prima que transcende o entretenimento para se tornar arte em movimento em um nível que praticamente qualquer frame que for tirado da série, vira literalmente uma obra de arte.


A Sonorização de Arcane: Uma Sinfonia de Emoções

Se há algo que faz Arcane ressoar tão profundamente com seu público — além de sua arte visual espetacular —, é a forma impecável como o som e a música são usados para ampliar cada cena e intensificar a experiência emocional. A sonorização de Arcane não é apenas um complemento; ela é uma linguagem própria, que conversa com a narrativa, os personagens e o ambiente de Piltover e Zaun. É como se cada ruído, cada melodia e cada letra de música fossem projetados para manipular nossos sentidos, nos levando exatamente para onde os criadores da série desejam.


  • Os Sons Ambientes: Vida e Alma de Piltover e Zaun

    Cada ambiente em Arcane pulsa com sons cuidadosamente construídos para evocar a atmosfera de suas respectivas cidades.

  • Piltover: A Cidade da Progresso

    Os sons de Piltover são limpos, precisos, quase matemáticos. O barulho das engrenagens da tecnologia hextec, o som de passos ecoando em corredores imponentes e o murmúrio das vozes nas reuniões do Conselho formam uma paisagem sonora que exala progresso e sofisticação. É uma cidade onde até os ruídos parecem organizados.

  • Momento de Destaque:

    A cena em que Jayce ativa pela primeira vez o cristal hextec é acompanhada por um crescendo de sons mecânicos misturados com tons sutis de energia mágica, criando a sensação de inovação e descoberta.

  • Zaun: A Sombra Industrial

    Em Zaun, o som é sujo, pesado e opressor. O ranger das máquinas industriais, o gotejar constante de água em canos enferrujados e os gritos distantes de um ambiente hostil pintam uma cidade viva e caótica. Os sons aqui refletem o desespero e a luta pela sobrevivência.

  • Momento de Destaque:

    Quando Jinx começa a construir suas armas, os estalos de metal e os chiados de fogo criam uma sinfonia caótica que representa seu estado mental fragmentado.


A Trilha Sonora: Muito Mais do que Música

Se a ambientação sonora cria o mundo de Arcane, a trilha sonora é a alma que o preenche. As escolhas musicais da série não são apenas trilhas de fundo; elas são parte integral da narrativa. Cada música é posicionada estrategicamente para amplificar a emoção da cena, e as letras muitas vezes são um reflexo direto do que está acontecendo na tela.


Arcane Jinx

Músicas que Viralizaram e Seus Impactos


"Enemy" – Imagine Dragons ft. JID

Essa música é talvez a mais icônica de Arcane. Não apenas virou um hit global, mas sua letra encapsula perfeitamente a jornada de Jinx e seu relacionamento complicado com Vi. A música toca na abertura da série, conectando os espectadores imediatamente com a narrativa central: a luta interna e externa dos personagens com seus "inimigos" — que muitas vezes são eles mesmos.

Letra e Cena:

“Everybody wants to be my enemy” ressoa diretamente com o isolamento de Jinx e sua paranoia crescente. O ritmo energético e a melodia melancólica criam o equilíbrio perfeito entre tragédia e ação.


"Guns for Hire" – Woodkid

Essa música aparece em um dos momentos mais emotivos da série, quando Vi reflete sobre suas escolhas e a inevitável violência que marca sua jornada. Woodkid é mestre em criar músicas cinematográficas, e essa faixa específica amplifica a tensão, com tons épicos e letras que ecoam o peso das decisões de Vi.

Letra e Cena:

A música complementa a angústia de Vi ao lidar com sua responsabilidade como irmã e líder. Os tons sombrios e a progressão crescente da música fazem você sentir o peso de cada golpe, de cada perda.


"Dynasties & Dystopia" – Denzel Curry, Gizzle & Bren Joy

Essa música explode em uma das cenas de ação mais memoráveis da série, com Jinx em pleno caos. O ritmo frenético e as batidas agressivas casam perfeitamente com o estado caótico de Zaun e da própria Jinx.

Letra e Cena:

“Ain’t no dynasty without the dystopia” encapsula o conflito entre Piltover e Zaun, destacando o colapso de Jinx em meio à destruição. A música torna a cena ainda mais visceral, com batidas que acompanham o ritmo frenético da luta.


OST temporada 1:

Spotify OST Arcane 1ª Temporada

OST temporada 2:

Spotify OST Arcane 2ª Temporada

A Escolha de Gêneros Musicais

A trilha sonora de Arcane é notável por sua diversidade. Indo do pop ao rap, passando por sons épicos e melódicos, cada música é escolhida para representar um personagem, uma emoção ou uma ambientação.


  • Pop e Eletrônica:

    Representam a modernidade de Piltover e o brilho da tecnologia hextec. Imagine Dragons e Bea Miller são usados para traduzir a energia vibrante e os conflitos emocionais da elite.

  • Rap e Beats Industriais:

    Refletem o caos e a crueza de Zaun, com artistas como Denzel Curry trazendo uma vibe pesada e agressiva, perfeitamente alinhada com a vida embaixo das cidades.

  • Melodias Cinemáticas:

    Momentos introspectivos e emocionais são marcados por músicas como "What Could Have Been" de Sting, que trazem uma carga emocional pesada e ajudam a conectar o espectador com os dilemas dos personagens.

  • Impacto no Espectador:

    A trilha sonora e os sons ambientes de Arcane fazem mais do que apenas acompanhar a narrativa; eles a conduzem. Cada som, cada nota e cada batida é projetado para mexer com as emoções do espectador, criando um elo profundo com os personagens e suas jornadas. Você não apenas assiste a Arcane; você sente, ouve e vive cada momento.

    Seja o som suave de uma máquina hextec se ativando ou o impacto emocional de "Enemy" tocando nos créditos, Arcane demonstra como a música e o som podem ser usados para elevar uma narrativa ao nível de arte.


A Transição para a Segunda Temporada: O texto de Arcane

Após explorarmos os aspectos técnicos, artísticos e sonoros que fizeram de Arcane um marco na animação, é hora de voltarmos nossos olhos para o coração pulsante da série: sua narrativa. Na segunda temporada, a história que nos cativou com suas camadas de intriga política, relações familiares destruídas e os dilemas éticos entre progresso e sobrevivência ganha novos contornos e, inevitavelmente, novos desafios.


Agora, sem mais delongas, vamos ao que interessa: o roteiro. Vamos explorar os melhores momentos da escrita, os acertos que deram continuidade à genialidade da série e, claro, as falhas que desafiaram essa expectativa.

Quando a Série Brilha: Os pontos altos do Roteiro

Se a primeira temporada de Arcane já entregava um equilíbrio impecável entre profundidade emocional e uma trama complexa, a segunda temporada não se contenta em apenas continuar este legado de acertos. Ela deixa claro que chegou para expandir tudo. Os críticos e fãs (internet a fora) destacam momentos em que o roteiro alcança o ápice, reforçando por que a série continua sendo considerada uma obra-prima entre as adaptações de videogames, seguindo a passos largos sem qualquer rival rumo ao título de melhor animação já feita.


Mas como dissemos bem no início deste review, por mais fãs de sejamos da série, é claro que encontramos partes ruins e diversos pontos de melhoria, certo?


Sendo assim, primeiro apontaremos as partes boas, interessantes e bem comentadas da série. Em seguida, vamos descascar o que deixaram a desejar.


1. Relações que Rasgam a Tela

O relacionamento entre Vi e Jinx continua a ser o ponto central do enredo, mas desta vez, com uma densidade ainda maior. A tensão entre as duas é amplificada em cenas de confronto direto, onde o roteiro faz um trabalho magistral ao explorar o amor tóxico que ainda conecta as irmãs.

Momento de Destaque:

Em uma cena particularmente emocionante, Jinx confronta Vi sobre sua traição (real ou percebida). O diálogo é carregado de ressentimento, e o uso de flashbacks entrecortados reforça o impacto emocional. Essa sequência foi amplamente elogiada por capturar de forma brutal a fragilidade e o desespero das duas personagens.


2. A Expansão de Runeterra

Outro ponto forte é a forma como o roteiro começa a introduzir novas regiões e culturas do universo de League of Legends. Noxus, por exemplo, que finalmente entra em cena com toda sua força militar, trazendo uma visão completamente nova a respeito do poder e da ambição (dentro daquele microverso que compreende "apenas" Piltover e Zaun).

Momento de Destaque:

Uma cena em que Ambessa Medarda relembra Noxus mostrando ao espectador todos os fantasmas de seu passado, é ao mesmo tempo uma explicação como uma promessa. Visto que os desenvolvedores querem mais histórias sobre o universo de League of Legends - porém noutros locais e possivelmente com outros Campeões.

Nesse ponto da história, o roteiro cria uma narrativa rica ao mostrar que até mesmo aqueles que detêm o poder supremo, não chegaram lá sem pezares e sem carregar cicatrizes profundas.


3. Intriga Política em Piltover

O jogo de poder em Piltover se torna ainda mais intrincado. Os membros do Conselho, agora fragmentados por traições e alianças instáveis, oferecem uma arena de conflitos que deixa o espectador na ponta da cadeira.

Momento de Destaque:

Uma votação crucial no Conselho, sobre a invasão armada de Zaun, totalmente manipulada nos bastidores por forças externas, é uma das cenas memorável, que traz diálogos afiados e reviravoltas que lembram os melhores momentos políticos da aclamada série Game of Thrones.


As Falhas: Onde o Roteiro Vacilou

Nenhuma obra é perfeita = Fato!

Mas essa aqui, tá no caminho certo...


Já sobre a segunda temporada de Arcane, temos alguma coisa para falar sobre suas falhas, que infelizmente não passaram despercebidas. Apesar de seus muitos acertos, alguns elementos de roteiro e continuidade foram alvo de críticas.


1. Ritmo Desigual

Embora os momentos de tensão e ação sejam brilhantes, algumas partes do roteiro são criticadas por um ritmo lento demais. A introdução de novos personagens e subtramas, embora necessária, às vezes dilui o impacto da narrativa principal. Até porque, é muita ingenuidade achar que seria uma boa ideia adicionar novidades na última temporada e acreditar que o público teria tempo de saber mais sobre esses personagens, conhcer seu plano de fundo, motivações, criar expectativas e até mesmo se importar com seus destinos! Mas ainda assim, o pessoal do estúdio Fortiche Production fez o impensável & impossível se tornarem Possível, porém com ressalvas, já que o custo narrativo disso, vem na forma de fazer a trama principal perder um tempo valioso para seu andamento - e é claro, para o fechamento de outras subtramas que vieram diretamente da temporada 1.

Momento de Destaque:

A trama envolvendo Singed, que aparece como um cientista habitante de Zaun.

O roteiro o pinta sequenciadamente como uma figura sinistra, depois um vilão, então de repente o vemos como um homem destruído em vários sentidos, mas sempre em busca de redenção.

Sem dúvidas, uma boa trama para um personagem principal, não para o camarada que, NESTA TRAMA, é o secundário dentre os secundários.

O "arco" do Singed é nebuloso, ocupa um tempo excessivo sem oferecer uma resolução satisfatória. Muitos espectadores sentiram que essa história poderia ter sido mais integrada e concisa (além de trazer um final mais adequado às motivações apresentadas).


2. Desenvolvimento de Personagens Secundários

Enquanto Vi, Jinx e Jayce continuam a brilhar, alguns personagens secundários introduzidos na temporada não recebem o mesmo cuidado no desenvolvimento.

Momento de Destaque:

Rictus, um Noxiano apresentado como um fiel seguior de Ambessa Medarda, pode ser lido nas entrelinhas narrativas como um de seus comandantes mais caros. No entanto, o que parece ser uma preguiça do roteiro, introduz Rictus como uma mera ameaça em potencial (sempre encoleirado em rédea curta, nas mãos de Ambessa), retratado como uma arma que é rapidamente descartada assim que perde o fio, sem ser explorado completa e adequadamente no enredo da série.


3. Falhas de Continuidade

Alguns espectadores apontaram inconsistências na cronologia de certos eventos, especialmente em flashbacks. Essas falhas, embora pequenas, quebraram a imersão para os mais atentos (representando uma pequena fração do grande público que assiste à série), mas que parece ter alguma voz na internet, por meio de comentários de peso.

Momento de Destaque:

Uma cena mostra Jinx com um item que teoricamente ainda não havia sido criado naquele ponto da narrativa, levantando a dúvidas sobre a atenção aos detalhes do roteiro. Assim como quando Caitlin assume o papel de nova matriarca da família Kiramman e por mais que a cena indique a passagem do tempo, os quartos não condizem com a estrutura matriarcal de sua família.


Apesar de suas poucas falhas visíveis, Arcane funciona bem enquanto uma série de TV (e não um comparativo entre mídias, visto que não tem como Arcane ser exatamente igual ao lore do jogo League of Legends). Sua segunda temporada mantém um padrão elevado, mas não o mesmo que conquistou o público da temporada 1. No entanto, por ser curta, não expande o universo de Runeterra, mas menciona outras "localidades" e mergulha um pouco mais nos conflitos internos e externos de seus personagens "veteranos".


Mesmo sendo mais arrastada (se comparada à primeira temporada), a trama se move em direção a um clímax que promete ser tão devastador quanto surpreendente, garantindo aos espectadores uma sensação de mista de ansiedade e empolgação, finalizada com uma boa dose de dúvidas (e até mesmo algumas promessas quase vazias, visto que não haverá uma temporada 3).


Por fim, os finalmentes! Nosso Veredito sobre a série

Vi em Arcane

Arcane: Uma Obra-Prima Visual e Sonora

A série Arcane , baseada no universo de League of Legends , é uma obra que redefine os padrões das animações modernas, combinando técnicas artísticas inovadoras com uma narrativa emocionalmente impactante. A primeira temporada já havia impressionado com sua fusão de animação 2D, 3D e elementos pintados à mão, além de uma trilha sonora que elevou cenas-chave a níveis cinematográficos. A segunda temporada mantém esse nível técnico, expandindo o universo de Runeterra ao introduzir novas regiões como Noxus e aprofundar temas como intriga política, dilemas éticos e relacionamentos familiares complexos, especialmente entre Vi e Jinx. No entanto, apesar do visual deslumbrante e da música envolvente, a nova temporada sofre com um ritmo irregular e desenvolvimento inconsistente de personagens secundários.


Acertos e Desafios na Narrativa

Os pontos altos da segunda temporada incluem momentos de tensão magistralmente escritos, como o confronto emocional entre Vi e Jinx, que explora o amor tóxico e as cicatrizes do passado. Além disso, a introdução de Noxus e a expansão dos conflitos em Piltover adicionam camadas intrigantes à trama. No entanto, o roteiro vacila ao tentar equilibrar múltiplas subtramas, diluindo o impacto da narrativa principal. Personagens como Singed e Rictus são introduzidos com potencial, mas suas histórias são mal exploradas ou abandonadas sem conclusão satisfatória. Falhas de continuidade, embora pequenas, também prejudicam a imersão para os espectadores mais atentos.


Conclusão e Legado

Mesmo com suas falhas, Arcane permanece uma experiência audiovisual única, capaz de cativar tanto fãs do jogo quanto novos espectadores. A segunda temporada, embora mais arrastada que a primeira, constrói um clímax emocional e promete um desfecho devastador. Mmesmo encerrando as histórias naquela localidade de Runeterra e nos deixando órfãos mais uma vez, por tudo o que é e tudo o que alcançou, Arcane não apenas honra o universo de League of Legends, mas também se firma como uma das melhores adaptações de jogos para o audiovisual já feitas. É uma série que, apesar de imperfeita, continua sendo um marco cultural e artístico. Sendo exatamente por isso que

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Para os interessados de plantão, no nosso 16º Episódio do Insert Coin Cast, falamos sobre Invocação do Mal 3. E para essa conversa juntamos a Equipe Fliperama de Verdade e a Larissa e Fernando do Criptacast do Zona Sombria:


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