Review Clair Obscur: Expedition 33
- Fliperama de Verdade
- 23 de mai.
- 9 min de leitura
Atualizado: 12 de jun.
Clair Obscur Expedition 33, de origem francesa para o mundo, uma demonstração de quão fantástico pode ser um jogo de RPG de turno!
Prepare-se para mergulhar num mundo onde arte e morte caminham lado a lado. Clair Obscur: Expedition 33 chega como uma das grandes surpresas do ano de 2025, misturando RPG por turnos com ação em tempo real e uma ambientação que é puro deleite visual. Tudo isso embalado por uma narrativa intensa e emocional, que vai te deixar refletindo sobre o tempo... e a perda.
Mas antes de começar a nossa missão pelo Mundo Superior, obrigado a Sandfall Interactive, a Kepler Interactive e a TheoGames por ter nos disponibilizado a chave para fazer o Review. Lembrando que o jogo está disponível para Playstation 5, XBox Series e PC.
Trailer do jogo:
Nossa experiência com o jogo:
Clair Obscur: Expedition 33 – Quando a Pintura Vira PESADELO
O mundo de Clair Obscur é governado por uma entidade misteriosa chamada A Pintora, que anualmente pinta um número em sua tela mágica — e todas as pessoas daquela idade desaparecem instantaneamente, sem deixar vestígios. A humanidade vive com a espada da "idade marcada" no pescoço, assistindo entes queridos sumirem ano após ano.
Em 1923, a Pintora desenha o número 33, e cabe a um grupo de sobreviventes — a Expedição 33 — colocar um fim nesse ciclo infernal. Você controla Gustave, um guerreiro marcado por cicatrizes do passado, e acompanha sua jornada junto a um grupo de personagens adultos, cheios de camadas, dilemas morais e memórias que prefeririam esquecer.
A construção do mundo é densa e única, com fortes influências da Belle Époque francesa, mas com um toque sombrio e distorcido que lembra o mundo de Bloodborne. A atmosfera opressiva, quase poética, faz com que cada canto do mapa tenha algo a dizer.
“Uma vez por ano, a Pintora acorda e pinta em seu monólito. Pinta seu número amaldiçoado e todos daquela idade se transformam em fumaça e desaparecem. Ano após ano, esse número diminui e mais de nós somos apagados. Amanhã ela acordará e pintará "33". Amanhã partiremos em nossa missão final: Destruir a Pintora, para que ela nunca mais possa pintar a morte. Somos a Expedição 33”
Desenvolvimento e Influências
Desenvolvido pelo estúdio francês Sandfall Interactive, Expedition 33 é o primeiro título da empresa — e já chega com ambições de AAA. A equipe mescla veteranos da Ubisoft e do universo indie, apostando em uma engine Unreal 5 que entrega gráficos surreais, animações fluidas e iluminação cinematográfica de cair o queixo.
O jogo claramente bebe da fonte de Final Fantasy X no sistema de turnos, mas adiciona mecânicas de ação ao estilo Undertale, onde reflexos são essenciais para bloquear, esquivar ou contra-atacar. É como se Persona 5 encontrasse Nier: Automata, mas com uma pegada ainda mais artística.
A progressão dos personagens é rica, com builds variadas e foco em sinergia de equipe. A forma como as habilidades se complementam em combate lembra os combos de sinergia de Divinity: Original Sin 2, mas com mais velocidade e fluidez.
Combate estratégico aprimorado por um verdadeiro espetáculo cinematográfico, em que batalhas por turnos encontram ação em tempo real. Uma história de esperança e dor, amor e perda. O mistério melancólico que impulsiona as ações da Artífice. Um mundo cercado por desafios e aprimorado pela beleza. Locais deslumbrantes repletos de novas maravilhas. Cada membro do elenco da Expedição 33 é trazido à vida por talentos mundiais da dublagem e da atuação. Uma trilha sonora envolvente acompanha cada momento de triunfo, trauma, heroísmo e sofrimento. Com vários ingredientes assim, só temos a receita para o sucesso que o jogo está conquistando!
Combate: Pinceladas de Adrenalina
Apesar de ser "por turnos", o combate exige movimentação ativa: você precisa literalmente pular, bloquear e reagir em tempo real aos ataques inimigos — uma fusão genial entre estratégia e reflexos. Cada personagem brilha à sua maneira:
Gustave é o tank DPS, acumulando Overcharge para soltar espadadas que rasgam o campo. Armas: Espada e Pistola. Mecânica de Batalha: Sobrecarga. Um engenheiro astuto e dedicado, Gustave luta ferozmente para proteger aqueles mais próximos a ele. Dica de Combate: Obtenha o timing perfeito com Lumiere Assault para gerar mais Charges.
Lune é uma maga com magias que marcam os inimigos com Stains — como um “buff de alvo”, ótimo para combos. Arma: Magia Elemental. Mecânica de Batalha: Manchas Elementais. Uma aluna meticulosa e magista apaixonada, o foco de Lune está na Expedição acima de tudo. Dica de Combate: Combine Habilidades que criam Manchas Elementais com aquelas que as consomem para aumentar o dano.
Maelle traz dualidade tática com posturas defensivas e ofensivas, meio que um mix entre Gambit System de FFXII e Stance System de Ghost of Tsushima. Arma: Florete. Mecânica de Batalha: Posições. Uma alma solitária procurando respostas para questões de família, lar e pertencimento. Irmã adotiva de Gustave. Dica de Combate: A habilidade ‘Quebrando Regras’ de Maelle é inestimável para destruir escudos inimigos.
É claro que existem outros personagens. Mas não daremos spoilers aqui. Essa descoberta é com vocês. Ficaram curiosos? Só partir para a jogatina!
O panorama de combate, segue esse mecânica:
Ataques em Turnos & Cronometrados:
A ordem dos turnos é exibida na Linha do tempo. Considere suas opções antes de agir.
Entradas cronometradas aumentam a eficácia dos ataques baseados em turnos. Obtenha o timing perfeito acertando as marcas douradas.
Ataques Básicos & Mira Livre:
Ataques básicos concedem Pontos de Ação (PA). Tiros de mira livre custam 1 PA e são eficazes para atingir um ponto fraco do inimigo. Use isso para atingir inimigos voadores.
Esquiva & Aparar:
A esquiva tem uma janela de tempo generosa, use para evitar ataques inimigos e aprender padrões de combate. Esquivar-se antes de um Ataque te acertar aciona uma Esquiva Perfeita.
Apare golpes recebidos para evitar danos e ganhar 1 PA. Aparar e Esquiva Perfeita compartilham o mesmo timing. Aprenda padrões de ataque com Esquiva antes de executar Aparar.
Personalize seus Expedicionários com equipamentos e armas equipáveis. Experimente com melhorias e busque itens de nível mais alto para fortalecer o grupo.
Pictos & Lumina:
Equipe até três Pictos simultaneamente para aumentar as estatísticas e conceder habilidades Lumina passivas. Após quatro batalhas, os Pictos são dominados e as habilidades Lumina desbloqueadas.
As habilidades Lumina podem então ser equipadas por QUALQUER personagem usando Pontos Lumina. Experimente diferentes combinações para encontrar estratégias eficazes e em evolução..
Armas e Melhorias:
A eficácia das armas é mais do que apenas o nível de Poder. Examine as armas para entender as afinidades elementais, habilidades e as estatísticas com as quais seus danos são dimensionados.
Conforme as armas são atualizadas, novas habilidades poderosas podem ser desbloqueadas. Compare equipamentos novos e existentes para determinar o que é melhor para cada personagem.
O nivelamento de personagem oferece um conjunto flexível e interativo de escolhas de jogadores. Itens de Recoat garantem que as construções de personagens possam ser revisitadas e as escolhas revisadas.
Pontos de Atributo:
Personagens ganham três Pontos de Atributo ao subir de nível. Gaste-os para aumentar as Estatísticas de Combate associadas, personalizando e refinando ainda mais seu grupo.
Alguns Atributos aumentam mais de uma Estatística de Combate, então considere como moldar papéis de combate. Encontre itens de Recoat para redefinir e realocar Pontos de Atributo.
Árvore de Habilidades:
Cada personagem tem uma Árvore de Habilidades única com uma ampla gama de habilidades, opções de build e interação de equipe. Um ponto é ganho por nível e as Habilidades podem ser trocadas.
Uma gama de Habilidades com uma mistura de custos de AP é necessária para ter sucesso. Considere como as Habilidades afetam e se desenvolvem umas sobre as outras para experimentar a composição do grupo.
Mecânicas de jogo adicionais são desbloqueadas ao longo do jogo, desenvolvendo umas sobre as outras para adicionar complexidade e nuance.
Ataques e Contra-Ataques Gradientes:
Conforme os personagens crescem em habilidade e status de relacionamento com outros membros do grupo, eles desbloqueiam poderosos Ataques de Gradiente. Esses Ataques potentes não consomem o turno do personagem, então libere-os para derrubar os inimigos mais temíveis.
Os inimigos têm seus próprios Ataques de Gradiente que devem ser mitigados usando Contra-ataques de Gradiente. Eles representam o maior teste de maestria de Aparar.
Testes Finais:
A exploração tem a mesma probabilidade de levar a locais curiosos de fantasia onírica quanto a desafios de combate opcionais e mortais.
Com um conjunto de habilidades expandido, composição de grupo e carregamentos, você descobrirá que nenhum desafio é impossível de superar. Prepare-se para desafiar os encontros mais difíceis e estranhos com inimigos, desde os Petanks que parecem quebra-cabeças até os Mimes assassino.
Maturidade e Existencialismo
Diferente de muitos JRPGs que apostam em protagonistas adolescentes e plots de redenção, Expedition 33 é adulto no melhor sentido da palavra. O jogo aborda luto, culpa, envelhecimento e sacrifício de forma tocante e sem floreios. É um jogo que te faz pensar, tipo aquele momento filosófico em NieR Replicant que te destrói emocionalmente.
As interações entre os personagens são recheadas de momentos profundos. Não existe personagem “descartável”. Cada um tem peso na história e algo a dizer — e o jogador sente isso a cada decisão, a cada batalha.
Trilha Sonora & Direção de Arte
A trilha sonora é absurdamente imersiva, com composições orquestradas que misturam piano melancólico e cordas tensas. É como se Joe Hisaishi (de Studio Ghibli) tivesse colado com Yoko Shimomura (de Kingdom Hearts).
A arte do jogo é digna de museu: cada cenário parece uma pintura em movimento. Luz e sombra se fundem de forma quase simbólica, o que não é surpresa — o nome do jogo, Clair Obscur, é um termo artístico que remete exatamente a esse contraste.
Link para a trilha sonora no Spotify:
Comparações Rápidas
Jogo Comparado O que lembra em Expedition 33
Final Fantasy X Sistema de turnos e progressão de personagens
Bloodborne Atmosfera gótica e visual macabro
Persona 5 Estilo e identidade visual marcante
Nier: Automata Narrativa emocional e combate híbrido
Divinity: OS2 Combos estratégicos e sinergia de grupo
Marvel’s Midnight Suns Tática em turnos, foco em sinergia de equipe, e interações fora do combate
Comparando com Midnight Suns:
Semelhanças:
Ambos são jogos de estratégia por turnos, onde pensar em grupo é essencial.
A composição da equipe muda totalmente o estilo de combate.
A interação entre personagens fora do combate também é relevante.
Diferenças:
Midnight Suns usa cartas e energia, mais próximo de um "board game", enquanto Expedition 33 é mais imersivo com reflexos em tempo real.
O tom de Midnight Suns é mais leve e heróico; Expedition 33 é denso, dramático e existencial.
Midnight Suns tem um hub explorável (Abadia); Expedition 33 é mais linear, com foco em narrativa.
Nossa jogatina de Mignight Suns:
Veredito da Equipe Fliperama de Verdade
Clair Obscur: Expedition 33 nos pegou de surpresa e cravou seu lugar entre os grandes do gênero. É um daqueles jogos que não só impressionam tecnicamente, mas tocam a alma. A fusão entre arte, RPG e narrativa emocional é feita com tanto cuidado que dá gosto de ver um estúdio estreante entregar um trabalho tão ousado e maduro.
A ambientação é única, o sistema de combate apesar de ser por turno é inovador e instigante, e a história tem peso real — não subestima o jogador. É uma carta de amor à arte e uma reflexão profunda sobre o tempo, a perda e o que nos torna humanos. Tudo isso sem perder o ritmo, a tensão e aquela vontade de jogar “só mais uma horinha”.
Pontos Fortes:
Narrativa adulta e profunda, com temas raramente explorados em RPGs.
Sistema de combate híbrido que mistura turnos com reflexos em tempo real — viciante e original.
Direção de arte deslumbrante, com visuais que parecem pinturas vivas.
Trilha sonora marcante, que emociona e embala o drama com perfeição.
Construção de mundo coesa e impactante, com lore que prende e personagens memoráveis.
Pontos de Melhoria:
Algumas transições entre gameplay e cutscenes ainda são um pouco abruptas.
A ausência de um hub de exploração mais aberto pode frustrar quem gosta de liberdade entre missões.
Pode ser um pouco denso demais para quem prefere RPGs mais “leves” ou com humor.
Um ponto curioso é que recebemos a informação direta da Sandfall que, para terminar o jogo seguindo só a história principal, vamos levar algo em torno de 30h e mais 30h para o conteúdo secundário.
Clair Obscur: Expedition 33 é arte em forma de RPG. Uma estreia ousada, emocionante e digna de aplausos. Se você curte jogos que fazem pensar, sentir e vibrar com cada escolha, essa jornada é obrigatória. Então por isso que acreditamos que o jogo...
Recados Importantes...
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