Review Shadow Labyrinth
- Fliperama de Verdade
- 13 de ago.
- 5 min de leitura
Atualizado: 8 de set.
Shadow Labyrinth: O Lado Sombrio e Inesperado do Come-Come

Em um movimento ousado para celebrar os 45 anos de uma de suas franquias mais icônicas, a Bandai Namco, em parceria com a Theo Games (a quem agradecemos pela chave de análise), nos entrega Shadow Labyrinth. Lançado para PC, PlayStation 5, Xbox Series X|S e Nintendo Switch, este não é o Pac-Man (Come-Come) que conhecemos. Trata-se de um metroidvania de ação e plataforma 2D que mergulha o jogador em um universo sombrio, violento e surpreendentemente complexo. A proposta é tão radical que sua primeira introdução ao público não foi em um trailer de gameplay, mas sim em uma animação que muitos nem sabiam que era um prólogo: o episódio "Circle" da série de antologia Secret Level, do Prime Video.
Trailer do jogo:
Gameplay no nosso Canal:
Trailer do episódio "Circle" da série de antologia Secret Level, do Prime Video:
Uma Conexão Inesperada: A Prequel no Prime Video
Antes de falarmos do jogo em si, é impossível não mencionar a genialidade da estratégia de marketing da Bandai Namco. O episódio "Circle" de Secret Level apresentou ao mundo um espadachim solitário em uma terra desolada, guiado por uma esfera metálica flutuante com uma fome insaciável, sob a premissa de "comer ou ser comido". O que parecia ser apenas uma releitura "edgy" e distópica de Pac-Man, revelou-se o cenário e a história de origem de Shadow Labyrinth. A animação estabelece o tom melancólico e a brutalidade do mundo, servindo como um prequel que enriquece a narrativa do jogo antes mesmo de o jogador apertar "start".
O Labirinto Metroidvania
Em Shadow Labyrinth, controlamos o Espadachim Nº 8, um dos muitos clones despertados em um planeta devastado, com a missão de sobreviver e, talvez, escapar. Nossa guia é a enigmática entidade esférica PUCK, uma versão sinistra e irreconhecível do herói amarelo. A estrutura do jogo segue a cartilha clássica do gênero metroidvania: um vasto mapa interconectado, com áreas inicialmente inacessíveis que exigem a aquisição de novas habilidades para serem exploradas.
A exploração é o pilar central. O design dos níveis é inteligente, cheio de segredos, atalhos e salas que, à primeira vista, parecem inalcançáveis. A progressão é deliberadamente lenta; habilidades básicas, como o pulo duplo, demoram a ser desbloqueadas, o que pode testar a paciência de alguns, mas recompensa a persistência com a satisfação de finalmente alcançar aquela plataforma distante.
O combate é metódico e desafiador. Os inimigos são agressivos e o sistema, baseado em ataques de espada e esquivas, exige precisão. A dificuldade é balanceada, mas pune a imprudência. Os checkpoints podem parecer distantes, transformando cada avanço em uma conquista tensa e gratificante.

Homenagem e Inovação: As Referências a Pac-Man
A forma como Shadow Labyrinth integra elementos clássicos de Pac-Man é seu maior trunfo. Em vez de ser uma simples skin, o jogo reimagina a mecânica original de formas criativas:
PUCK em Ação: Em seções específicas, controlamos PUCK diretamente em trilhos que lembram os labirintos do arcade. O objetivo é consumir "orbes" (as pílulas de energia) e destruir fantasmas estilizados, em uma mistura de puzzle e ação.
GAIA, o Mecha: Em um dos momentos mais espetaculares, o Espadachim pode se transformar em um mecha gigante chamado GAIA. Essas seções mudam completamente o ritmo, oferecendo batalhas de grande escala e sequências que remetem ao gameplay clássico de "comer" fantasmas, agora em proporções épicas.
Onde Shadow Labyrinth se Encaixa no Gênero Metroidvania?
O gênero metroidvania está mais vivo do que nunca, com títulos que exploram diferentes nuances. Para posicionar Shadow Labyrinth, podemos compará-lo a alguns gigantes recentes. Enquanto jogos como Hollow Knight e Blasphemous se aprofundam em uma dificuldade extrema e uma atmosfera opressora, Shadow Labyrinth apresenta um desafio mais balanceado, focado na satisfação da exploração e na criatividade de suas mecânicas.
Se comparado ao Mandragora (Confira o nosso Review), que também analisamos, as diferenças ficam claras. Mandragora pende fortemente para o lado soulslike, com um combate pesado e um complexo sistema de classes e customização de personagem. Shadow Labyrinth, por outro lado, é um metroidvania mais puro em sua essência. Seu foco não está em criar builds de RPG, mas em usar um conjunto fixo de habilidades de forma inteligente para navegar pelo mundo e superar obstáculos. Ele se aproxima mais de um Metroid Dread em sua filosofia de design, onde a agilidade e o uso correto das ferramentas são mais importantes que atributos numéricos.
Ele também se distancia da fluidez quase poética de plataforma da série Ori, que prioriza o movimento e a emoção visual. Shadow Labyrinth é mais pé no chão, com uma jogabilidade que valoriza o planejamento e a execução precisa, mas sem a punição severa de um soulslike.

Veredito do Fliperama
O enredo de Shadow Labyrinth é simples e direto, servindo como um excelente fio condutor para a exploração. Embora não tenhamos finalizado a campanha, a trama se concentra na jornada de fuga e na descoberta dos segredos por trás da entidade PUCK e do mundo em ruínas. A atmosfera sombria, a direção de arte desoladora e a trilha sonora melancólica constroem um mundo coeso e imersivo.
Shadow Labyrinth é uma das maiores e mais gratas surpresas do ano. É um jogo muito bem desenhado, divertido e desafiador. As referências a Pac-Man são executadas com maestria, a exploração no estilo metroidvania é viciante e a dificuldade recompensa o jogador dedicado. É uma prova de que até mesmo as franquias mais antigas podem ser reinventadas de maneiras corajosas e espetaculares.
É uma recomendação certa para fãs de metroidvania e para qualquer um que queira ver um ícone dos games sob uma luz completamente nova e fascinante. Por isso...

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